Dia 28 de outubro!
Dia do funcionário público.
Estou imaginando muita gente torcendo o nariz ao ler o título desse meu artigo. Provavelmente isso não é sem razão. Quem nunca teve o desprazer de ser mal atendido, ficar uma enternidade esperando na fila, para no final ficar sabendo que alguma coisa está errada. Você precisa retornar em outra ocasião para trazer um documento qualquer, uma assinatura ou sei lá o que mais. Algumas vezes precisamos encarar um rosto carrancudo, crispado e não vemos a hora de sair dali. Sempre está bem visível uma placa em que está impresso, em letras bem grandes e legíveis, a informação de que, desacatar o funcionário é passível de punição, podendo receber voz de prisão. Num primeiro momento isso nos deixa um pouco indignados. Mas existe uma razão para isso.
Em muitos momentos do passado ocorreram sérias perturbações em lugares públicos, causadas por pessoas exaltadas, reagindo de modo violento a algum fato, chegando a agredir os servidores. Na maior parte das vezes eles não dizem o que nos desagrada por sua vontade. Estão cumprindo ordens que são devidas a circunstâncias que não tem nada a ver com eles próprios. A lei visa proteger sua integridade física e moral. Por outro lado, há aqueles que usam dessa prerrogativa para se exceder e tripudiar sobre os “clientes” que vem em busca dos serviços que são prestados na repartição. Tanto um caso quanto outro são indesejáveis. O ideal é que o funcionário atenda a todos com civilidade e cortesia, sem deixar de cumprir as ordens recebidas.
Igualmente o cidadão que necessita de atendimento, precisa saber manter o controle de suas emoções. Não tem o direito de descarregar sobre o funcionário suas frustrações, as tensões, sejam de que natureza forem. Se houver respeito e sociabilidade, certamente haverá uma convivência pacífica entre cidadãos e os servidores públicos. Até mesmo porque, os funcionários de um órgão, necessitam de atendimento dos de outro. Nesse momento se invertem os papéis, ou seja, podemos nos encontrar ora em uma posição ora em outra. Podemos estar diante do balcão de atendimento e noutro caso do lado de dentro. Quem é funcionário de empresas privadas, precisa encarar os clientes como pessoas que estão ali em busca de algum “bem”, seja material ou de serviço. Há portanto necessidade de sabermos nos colocar no lugar do outro. Nunca esqueçamos que o outro dificilmente é o responsável por nossos desgostos, nossos dissabores do dia a dia. Vale aí aquela velha máxima: Não faça aos outros o que não queres que façam a ti.
Poderíamos ficar recitando um sem número de situações possíveis no dia a dia. Uma infinidade de encontros entre diversas personalidades, com afinidades, áreas de conflito e divergências, potencialmente propensas a desentendimentos. Se soubermos manter nossa boca fechada, pensarmos antes de falar, contar até dez ou mesmo cem, antes de pronunciar palavras de que venhamos a nos arrepender depois, certamente viveremos mais harmoniosamente com nossos semelhantes.
Diante disso, a todos os funcionários públicos, PARABÉNS pelo seu dia. Desejo sinceramente que se sintam realizados em suas funções, recompensados financeira e espiritualmente. Nunca esqueçam que, uma cara feia, assusta alguns, mas nem todos. Já um sorriso sereno conquista a muitos, quase a maioria. Vamos deixar do lado de fora, ou ao menos no vestiário onde guardamos nossos pertences, as tristezas, aborrecimentos que nos acompanham. Levá-los para o posto de trabalho certamente fará nosso dia mais difícil de suportar. Já lhe bastam as agruras naturais que certamente trará consigo. Não necessitamos acrescentar-lhe nada nesse aspecto.
Você cidadão, que com maior ou menor frequência depende dos funcionários públicos, deixe em casa, ou amarradas a um poste, sobre um banco de praça, seus sentimentos de raiva, revolta e mesmo ódio. Não os leve para a repartição onde vai em busca de atendimento. Lembre-se, quem irá lhe atender é um ser humano igual a você, tem a mesma natureza, os mesmos direitos que você. Se o relacionamento for cordial, muito maior é a chance de se despedirem com um sorriso no rosto. Melhor será o resto de seu dia com certeza.
Não devemos deixar que nos pisem, mas não temos o direito de pisar os outros, por mais humilde que seja a posição que ocupem. Quero aqui lembrar as palavras de Jesus Cristo na noite da Última Ceia, após o ato de lavar os pés dos apóstolos:
“Quem entre vós quiser ser o maior, siga o meu exemplo. La
ve os pés dos seus irmãos. Se Eu, a quem chamais Mestre e Senhor, lavei os vossos pés, fazei vós o mesmo”.
ve os pés dos seus irmãos. Se Eu, a quem chamais Mestre e Senhor, lavei os vossos pés, fazei vós o mesmo”.