Primeiro livro de Eduardo B. S. Silveira.
Nos dias 25, 26 e 27 foi realizada no Memorial de Curitiba, situado no Centro Histórico, próximo ao Largo da Ordem, a Semana do Livro Nacional. O evento destina-se à apresentação e exposição dos livros de autores nacionais. No dia 27 estive lá, expondo os meus livros e encontrei com diversos autores. Entre eles estava Eduardo B. S. Silveira com seu primeiro livro sob o título A queda dos deuses. Segundo o autor, é o primeiro de uma série prevista para quatro volumes. Embora ele tenha me informado os prováveis títulos dos outros três, não creio ser minha atribuição revela-los.
Trocamos um exemplar meu por um dele e agora que eu li, vou expor algumas considerações a respeito. Trata-se de uma obra de ficção na linha fantástico/realista diria eu. Eduardo consegue criar um mundo imaginário onde existe um continente denominado Hunísia, dividido em cinco reinos: Alkânia, Slásia, Lêucia, Aquetânia e Olm, além de um enorme deserto denominado Golni, onde habitam os talríques. Esse mundo é governado do alto de uma montanha inacessível por alguns deuses, sendo um deles o Supremo e os demais cada qual com suas atribuições, de certo modo semelhante ao Olimpo da mitologia grega. A religião era única nos cinco reinos, subordinada a um Sumo Sacerdote.
Cada reino governado por um rei, descendente direto de um dos deuses. Os exércitos constituídos pelos nobres, também com ascendência divina em linhagem inferior. Um pastor é atingido por um deslizamento de terras e milagrosamente retorna com seu rebanho intacto depois de semanas desaparecido. Volta trazendo uma doutrina de um deus único, todo bondade, amor e pregando a igualdade de direitos. Sem separação entre nobres e plebeus, permitindo acesso aos mais altos postos a qualquer pessoa. A difusão da doutrina leva a prisão e execução do profeta e seus discípulos. Um discípulo mais destacado assume a função em seu lugar e em pouco tempo implanta sua doutrina no reino da Slásia, provocando uma “Sagrada Aliança” entre os outros reinos para combater a “heresia”. As vaidades pessoais e desavenças entre os integrantes da aliança, leva a sucessivas derrotas.
O filho de Nílan, rei da Aquetânia, de nome Lían, assume o reino com a morte do pai e do irmão mais velho Dían. De inteligência acima da média, planeja e consegue levar a aliança à vitórias significativas. O rei Catum da Alkânia, trai a aliança revelando ao Grande Kurgam, o profeta do deus único Dastian, os planos de Lían. O resultado é a virtual destruição de ambos os exércitos e um ferimento praticamente mortal de Lían. Depois de desvelados cuidados da rainha Aglália, do reino de Olm, filha de Teranor, recupera a saúde.
Em seu período de inconsciência passou por um processo de sonhos em que se convence da necessidade de converter-se à nova fé e também respeitar o culto aos deuses da tradição antiga. Para conseguir a vitória final, proclama-se imperador dos cinco reinos e depois determina a convivência pacífica entre os crentes do novo deus Dastian e também os antigos, agora chamados de sagrados. Os reinos tem seus novos soberanos e Lían morre assassinado. Passa a ser considerado como um novo membro do panteão das divindades.
Para conhecer os detalhes da trama, recomendo ler o livro. É cativante do começo ao fim. Tem ritmo, cadência e suspense a cada passo. Ao começar a leitura, a impressão que temos é uma e ao concluir, pelo menos comigo foi assim, mudamos radicalmente de ideia. Ficarei esperando pelo lançamento dos demais volumes. Quero parabenizar o autor pela consistência da obra, especialmente em se tratando do primeiro trabalho publicado. Tem tudo para evoluir e no futuro nos brindar com trabalhos ainda mais significativos.
Curitiba, 05 de agosto de 2015.
Décio Adams
www.facebook.com/livros.decioadams
@AdamsDcio
Telefone: (41) 3019-4760
Celulares: (41) 9805-0732 / (41) 8855-6709