Minha terra natal!
|
Prefeitura muncipal |
|
Outro ângulo do edifício da prefeitura |
Prefeitura Municipal.
Neste prédio, existente desde meus anos de infância, hoje funciona a prefeitura municipal de Salvador das Missões. Ao tempo de meu nascimento, fazia parte do município de São Luiz Gonzaga. Posteriormente era parte do território de Cerro Largo. Hoje é município. Fiquei gratamente impressionado com a limpeza e aparentes cuidados com o perímetro urbano. O obelisco situado no centro do cruzamento fica exatamente no encontro de duas antigas estradas. A que inicialmente era conhecida como Linha São Salvador e a outra que servia de ligação com a sede do município e outros municípios existentes até Porto Xavier, às margens do Rio Uruguai, divisa com a Argentina. Havia visto a localidade pela última vez na primeira metade da década de 60 do século XX, quando estudava no Seminário São José em Cerro Largo. Em mais de uma ocasião fomos acolhidos por um morador de sobrenome Heinzmann. Voltei ali em 2004, numa passagem rápida, junto com meus pais em uma visita aos parentes que residem na região.
|
Praça ao lado da Prefeitura e nosso carro estacionado |
|
Portaria de acesso e brasão municipal |
|
Vista frontal da igreja. |
Igreja em que fui batizado.
Lembro dessa igreja do tempo de criança. A única coisa que foi modificada é a calçada de acesso frontal e uma bonita arborização com ciprestes, cuidadosamente cultivados. A data do meu batismo foi 23/01/1949, com exatamente um mês de idade, pois nasci no dia 23/12/1948. A casa em que meus pais moravam na época do meus nascimento, não existe mais, nem o moinho em que meu pai, auxiliado pela mamãe, labutava quase diuturnamente ganhando o suado dinheiro para alimentar a família. Cabe dizer que ocorria um acréscimo de mais um membro a cada 18/20 meses em média. Essa casa ficava localizada cerca de 1000 metros na direção sul de onde hoje está instalada a prefeitura. A distância total de casa até a igreja variava entre 1500 e 2000 metros.
Naqueles anos já era uma localidade com relativa prosperidade, havendo um comerciante bem posto financeiramente, uma serraria, uma ferraria onde conheci a primeira bigorna elétrica. Peça que hoje se encontra no museu municipal, segundo me informou o Secretário da Educação, na ocasião em que lá estive, no dia 20/06/2014. Havia também um cortume, uma selaria onde se fabricavam diversos artigos de couro; uma marcenaria que produzia esquadrias e móveis variados. Meus pais mudaram-se dali em 1958, indo morar na Linha Paranaguá, onde residiam os demais irmãos de minha mãe. Na mesma região também residiam os irmãos de meu pai, embora um pouco mais distantes.
No outro lado da rua, bem em frente da atual prefeitura, ficava uma padaria, tendo anexo uma espécie de bar e uma cancha de bolão. Meu pai era, nos primeiros anos, frequentador assíduo do mesmo, tendo sido ganhador de diversos prêmios em competições locais. Ao olhar hoje, fica difícil reconhecer algumas coisas, pois o tempo, além de modificar tudo, também deixa em nossa memória uma imagem diferente do que nos deparamos hoje, depois de 50 anos de ausência.
A estrada de acesso aos municípios vizinhos e grandes centros é asfaltada atualmente, sendo paralela à antiga estrada principal, distando entre si em média algo em torno de 2000 m. O que me faz lembrar especialmente de minha terra natal é que naquele tempo já era servida por uma rede de energia elétrica, proveniente de uma pequena usina hidrelétrica, acionada pelas águas do Rio Ijuí, numa localidade mais abaixo, próxima à sua desembocadura no Rio Uruguai. Era um benefício inexistente na quase totalidade dos municípios e localidades próximas. Esse melhoramento chegou à localidade onde vivi meus anos de infância muitos anos mais tarde.
Segundo informações que obtive, o município não é um lugar de grande prosperidade, porém me deu a impressão de ser uma comunidade tranquila. Os habitantes levam uma vida serena, sem grandes agitações. Isso pode significar muito para quem sabe apreciar esses predicados do lugar em que vive.
A poucos quilômetros da sede, existe a Vila Santa Catarina, distrito de Salvador, onde se encontra instalada uma escola municipal da qual meu bisavô Pedro Dewes foi o primeiro professor no período de 1899/1913, fato esse que pode ser verificado no site da prefeitura, no setor ligado à secretaria de educação. Ao saber dessa informação, ocorrida alguns anos atrás, descobri onde está a origem de minha profissão de professor. A escola a que me refiro é denominada Escola Municipal Afonso Rodrigues, em homenagem a um dos três mártires de Caaró, na época da atividade jesuíta na região junto aos indígenas. Seus companheiros, igualmente mortos na mesma ocasião, foram Roque Gonzales e outro cujo nome no momento me foge à memória.
|
Belos ciprestes enfeitam o pátio da igreja. |
|
Outra vista da igreja. |
|
Em pé diante da porta da igreja. |
|
Vista mais aproximada |
|
Adicionar legenda |
|
Minha esposa comigo diante da porta da igreja |
|
Mais uma vista da igreja |
|
Voltando a essa igreja após mais de cinquenta anos |
Desejo ao povo que habita hoje a terra em que nasci muita tranquilidade, prosperidade para assegurar uma vida tranquila e em harmonia entre todos os cidadãos.
Jorge Purgly10/08/2014 at 11:27 PM
Gostei muito das fotos e do seu artigo Décio. Fico feliz com o seu sucesso cada vez maior.