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Gaúcho de São Borja! – Capítulo XIII

Assando costelas em fogo de chão, modo típico de fazer churrasco do gaúcho.

 

Outro posicionamento dos espetos para o fogo de chão.

 

Começam as mudanças.
Quando chegaram em São Borja, Joaquim e seu afilhado, vinham entisiasmados com as negociações levadas a efeito na feira. Traziam na bagagem as especificações técnicas necessárias da parte de engenharia, visando a instalação das máquinas adquiridas. Teriam pela frente um período de intensa atividade. Uma empresa do ramo de construço precisaria ser contratada para executar as obras. Não era possível entregar essa responsabilidade a alguém sem a habilidade necessária. Pequenos detalhes poriam a perder um investimento alto, levando ao fracasso ou pelo menos, mau funcionamento. Chegaram na tarde de sexta-feira. Assim qualquer providência precisaria esperar pela segunda.
Passaram o sábado e domingo tomando conhecimento dos acontecimentos na fazenda. Evidentemente repassaram as vivências de ambos na capital e na feira. Todas as novidades foram contadas. A filmadora de Gaudêncio registrara o que de importante haviam vivido. Iriam fazer uma tarde de domingo replete de filmes para todos os interessados verem, depois de passar pelo laboratório para revelação e fazer alguns ajustes de edição. Teriam material para mais de duas horas.
Maria Conceição quis saber sobre as ordenhadeiras e lhe foram mostrados folhetos explicativos, detalhes de funcionamento e ela queria saber como faria tudo isso funcionar. Recebeu palavras tranquilizadoras quanto a isso. Haveria pessoas treinadas para lhe repassar todas as informações com todos os detalhes. A empresa vendedora não se limitava a isntalar o equipamento e depois deixar os compradors se virarem por sua conta e risco. Mesmo assim a todo momento ela tinha mais uma pergunta, uma nova dúvida. Sentia como se lhe estivessem tirando o chão sob os pés. Era uma mudança grande e ela temia não estar a altura da nova tarefa que teria pela frente. Depois de muita conversa finalmente sua angústia amainou e ela pode continuar a vida sem problemas.
O arroz semeado semanas antes já estava com alguns centímetros de altura, cobrindo de um verde uniforme os enormes campos das áreas mais baixas da fazenda Santa Maria. Eram elas as adequadas para a irrigação. Em mais alguns dias seria iniciada a irrigação. O solo seria inteiramente coberto de água, fazendo as plantas crescerem. Quando estavam falando desse assunto, Gaudêncio teve um momento de hesitação, parecendo estar com o olhar fixo em alguma coisa distante. Os demais ficaram em expectativa para ver o que estaria acontecendo. Pouco depois teve como que um sobressalto e se deu conta de que estivera como que ausente em espírito.
Olhou ao redor e perguntou:
– O que foi gente?
– Nós é que queremos saber. Você ficou olhando para um lugar só, parecendo paralisado, pensamentos longe. Está se sentindo bem, filho?
– Estou sim. Não aconteceu nada. É que tive uma espécie de visão. Imaginei se não seria possível encher esses arrozais de pequenos peixes logo que a água cobrir o chão. Eles iriam crescem como cogumelo e estariam bem grandinhos na hora que o arroz estivesse pronto para colher.
– Essa agora! Mais uma para botar fogo nas ideias! E onde iríamos arrumar tanto peixe?
– Esse é o problema, mas não é impossível. Li numa revista num dia desses que já tem lugar que isso é usado. O peixe é uma tal de Tilápia. Não é muito grande, mas come tudo que é bichinho, inclusive os que atacam as plantas, crescem rápido e é bem saboroso.
– E onde se poderia conseguir sabe como isso funciona?
– Preciso encontrar a revista para ver o lugar. Esqueci de anotar.
– Os agrônomos ou veterinários talvez saibam algo a respeito. – sugeriu Pedro Paulo.
– Espera aí, pai. Acho que sei onde procurar.
– E dadonde, filho? – disse a mãe.
– De verdade, mãe. Foi na feira que eu vi e tem no meio de todos aqueles folhetos que li sobre a história dos peixes. Depois vou olhar e procurar como se pode faze isso.
– Não acha mudança demais de uma vez, filho?
– Mãe, se puder melhorar a produção de arroz e ainda tirar um lucro com os peixes, não vai ser ótimo?
– Estou vendo que meu tempo passou mesmo. Estou é ficando velho de verdade. Esse menino cada dia traz uma novidade e pior é que não pode dizer nada contra, pois é verdade. Havia ouvido uma conversa sobre isso lá no clube, mas não dei importância.
– Vamos nos informar direito e se for bom, por quê não aproveitar?
– Verdade mesmo. Dinheiro nunca é demais, inda mais se pode ser ganho sem precisar investir mais quase nada. É apenas o custo dos filhotes de peixe.
– Isso não deve ser muita coisa.
– Temos que ver isso, padrinho. Parece que é comprador por milhar e não custa muita coisa mesmo.
– Vamos para cama gente. É sábado, mas amanhã vamos ter muito movimento por aqui.
– Tem razão, compadre. Vai ter missa cedo na capela, depois o churrasco para benefício da escola. Isso dá bastante que fazer.
Deixaram Pedro e Maria, voltando para a casa grande. Antes de dormir, Gaudêncio procurou em um maço de folhetos trazidos da exposição até encontrar um específico. Lhe havia sido entregue no stand da Emater. Falava sobre a novidade que alguns rizicultores estavam implantando. A criação de peixes em consórcio com o arroz irrigado. Ali estavam especificados os dados disponíveis até o momento. Com um custo adicional insignificante, podiam ser produzidas uma porção de toneladas de peixes de ótima qualidade, trazendo como benefício ainda a proteção das plantas contra uma porção de insetos aquáticos nocivos ao arroz.
Leu tudo atenciosamente, releu e assinalou as partes mais importantes. Teria argumentos para convencer o padrinho e também aos pais da validade da ideia. O unico inconveniente era não existir ali perto um produtor de alevinos, os filhotes do peixe. Precisariam ser trazidos da região de Santa Maria e talvez isso tornasse a questão mais complexa. Eles sobreviveriam ao transporte? Valia a pena se informar. Não custaria mais do que um pouco de tempo. Se não fosse possível, ficaria como projeto para o futuro.
No domingo, um vizinho veio participar da celebração da missa e durante o churrasco que seguiu, estavam conversando, quando Gaudêncio tocou no assunto. O vizinho disse que também estava interessado e poderiam trazer os peixinhos em conjunto. Assim aumentaria a quantidade a ser trazida e certamente interessaria mais ao vendedor, caso tivesse disponibilidade para fornece-los. No folhetos havia até o telefone do produtor de alevinos.
Ao chegarem em casa Gaudêncio decidiu ligar para o número e, mesmo sendo domingo, conseguiu falar com o dono do criadouro. Ficou sabendo que existia uma quantidade para atender quase a totalidade da área conjunta das duas propriedades. Se usassem uma densidade menor de animais por área, era provável um pequeno ganho no tamanho dos peixes ao final. Combinou ligar novamente e confirmer a eventual aquisição. O bom era que poderiam ser despachados port rem em tanques sem problema e da ferroviária serem transportados de caminhonete ou caminhão. A questão que o preocupara mais no final não era nem um pouco complicada.
Antes de deitar, bateu à porta do quarto de Joaquim e este falou lá de dentro:
– Gaudêncio, é você?
– Sim, padrinho. Sou eu. Possos entrar um instante?
– Entra. A porta está destrancada.
Entrou e encontrou o padrinho confortavelmente recostado nos travesseiros, com os olhos um pouco sonolentos, mas desperto o suficiente para ouvir o que o afilhado tinha a dizer. Deveria ser minimamente importante para lhe vir falar a essa hora da noite.
– Fala, meu caro. O que é que te aflige?
– Ao contrário. Nada me aflige. Estou é contente. Acabo de falar com o dono do criadouro de alevinos em Santa Maria. Ele tem os filhotes sobrando e podem ser despachados port rem, em tanques especiais. Chegam sem nenhum problema.
– E o preço?
– O frete fica quase mais caro que os peixinhos. Mesmo assim chegam bem barato. Dá para tirar no final da temporada um valor em peixes mais ou menos igual a vinte vezes o custo dos peixinhos.
– E você encomendou?
– Combinei ligar para confirmar se nós resolvermos comprar. Tenho que falar também com o vizinho e ver se ele quer a parte dele. Para nós é um pouco demais. Se comprar tudo que ele tem, faz um desconto especial.
– Com certeza é a sobra e se não vender, não tem o que fazer com eles. Mesmo assim é ótimo isso.
– Amanhã ligo para o vizinho e pergunto. Melhor, dou um pulo lá, na hora que formos a cidade para tratar da contratação da construtora. Não vamos perder tempo e mandar trazer esses bichinhos. O investimento é insignificante.
– Você não sossega. Agora vai dormir, senão amanhã vai estar com cara de sono o dia inteiro.
– Já estou indo. Boa noite e desculpe vir lhe incomodar.
– Incômodo algum, meu jovem.
Saiu e foi até a escrivaninha onde o livro estava um pouco além da metade. Pegou e leu avidamente um bom número de páginas até os olhos pesarem e dar cabeçadas, quase dormindo sentado. Fechou o livro e deitou. Minutos depois estava dormindo tranquilamente.
A construtora que aceitou executar as obras na fazenda, iria preparar um ante-projeto, depois de fazer um levantamento no local. Era necessário conhecer as características do solo, o nível, localização de fontes de água para abastecer a bomba de lavagem dos pisos e demais partes da isntalação. Joaquim ficou na cidade e Gaudêncio retornou, passando pela fazenda vizinha para tratar do assunto dos peixes. O proprietário acabara de voltar de uma volta pela propriedade e o recebeu calorosamente:
– Seja bem vindo, Gaudêncio.
– Boa tarde, seu Francisco.
– Que bons ventos o trazem?
– Vim ver se o senhor quer mesmo os peixes. Falei com o homem e ele tem exatamente a quantidade que precisamos para nossas propriedades. O despacho é feito por trem em tanques especiais. Se nós arrematarmos o resto ele nos faz um desconto de 30% para não ficar com sobra pequena.
– E isso trocado em dinheiro, quanto fica?
– Uma ninharia, seu Francisco.
Falou o valor e o vizinho concordou que era barato mesmo. Se o resultado fosse bom, seria um excelente reforço de caixa ao final da cultura. Daria ao menos para pagar o custo da colheita, se não desse bem mais que isso.
– Vou querer sim. Pode mandar vir. Só temo que combinar para pegar tudo e trazer lá da estação para cá.
– Podemos mandar descarregar no posto aqui perto. Menor distância até as propriedades.
– Boa lembrança. Fica bem pertinho.
– Vou confirmar e pedir para enviar daqui a uma semana. Até lá dá tempo de colocarmos água nas plantações.
– O meu essa semana eu coloco água. Tá no ponto.
– O nosso em parte também. O último ainda falta crescere um pouco mais.
– Não tem problema. Uma semana para lá ou para cá, não será problema.
– Ficamos combinados, seu Francisco. Eu aviso na hora de mandar o dinheiro e receber os bichinhos. Vamos ver o que da isso. Diz que tem gente ganhando bastante dinheiro com isso. Tem tudo para dar lucro.
– Qualquer coisa que der lucro já ajuda. Ao menos cobre as despesas com o plantio do arroz. O resto fica no caixa.
– Vou indo, pois ainda tenho o que fazer antes da noite. Até outro dia.
– Inté. Vá com Deus.
Embarcou e rumou para a Santa Maria. Quando chegou o grupo da ordenha estava em plena atividade. Os peões do gado guardavam os cavalos, davam o trato para a noite, verificavam água e depois iam para suas casas, ou para o alojamento dos solteiros. Encontrou o pai e esse perguntou:
– E compadre? Ficou na cidade?
– Ficou. Fazia dias que andava aqui e sentiu vontade de ficar um pouco por lá.
– Acertaram os ponteiro com os home da construção?
– Amanhã, ou depois eles vem ver o lugar, medir, fazer as contas e tudo mais. Daí vem o ante-projeto, projeto e construção. Vai um bom tempo até ficar pronto. Não é coisa de um dia para o outro.
– Isso era de imaginar.
– Também vai ficar uma jóia. Espere para ver pai.
– Sua mãe ainda está com a pulga atrás da orelha. Tem um medo danado de que vão demitir gente que trabalha com ela.
– Só vai sossegar quando tudo ficar pronto e o pessoal colocado em outro lugar. O padrinho vai conversar com o contador para ver se não tem algum dos mais antigos em tempo de aposentar.
– Nem venha me falar nessa tal de aposentadoria. Isso é coisa para velho, mas daqueles de cuspir a dentadura.
– O senhor ainda é um groto pai. Ninguém está pensando em lhe aposentar.
– Pode até me aposentar, mas eu continuo trabalhando.
– Quando chegar o seu tempo, vai ficar contente de ficar um pouco de folga. Quem sabe já vou ter providenciado uns dois ou três netos para ocupar sua vida.
– Isso vai ser uma alegria para eu e a veia.
– Se a mãe lhe escuta, chamando ela de veia, vail he dar umas vassouradas.
– Dá nada. Só meaça, mas dá mesmo que é bom, nada.
– Não abuse. Vai que ela se enfeza.
– Quem é que vai se enfezá?
– Brincadeira, mãe. Eu estava provocando o pai aí e saiu essa frase aí. Não tem nada.
– Eu conheço voces dois. Se não conhecesse, comprava pra mim.
Riram a valer e foram até a casa onde havia água quente e uma cuia de chimarrão logo estava em uso. Os dois homens combinara iniciar a irrigação do arrozal plantado primeiro no dia seguinte. Assim iriam ter tudo pronto para quando viessem os peixinhos.
– Você encomendou?
– Vou só confirmar hoje à noite. Dentro de umas duas semanas estão aqui. Até lá temos que por água no arroz todo. Vamos encher isso tudo de peixe.
– Acho que vou ficar velho e caduco sem ter visto de tudo nesse mundão de Deus.
– O negócio é aproveitar tudo que pode ser feito. Se é possível produzir arroz e peixe ao mesmo tempo, vamos fazer isso.
Na terça feira, por volta das nove horas, chegou uma caminhonete da construtora, trazendo o engenheiro e três ajudantes para fazer o levanamento do terreno onde seria executada a obra de instalação do equipamento de ordenha. Fizeram sondagem de solo para poderem calcular os alicerces, verificaram o desnível do terreno. Era possível trazer por declive natural a água até um reservatório ao lado das instalações. Evitaria o gasto de energia para bombeamento do líquido. Isso ficaria restrito a dar pressão suficiente para fazer funcionar o esguicho de limpesa das instalações após o uso. A higiene era fundamental.
Antes do entardecer tinham feito todas as medições necessárias e retornaram à cidade. Demorariam cerca de uma semana, talvez dez dias para elaborar um anteprojeto, antes do definitivo. Gaudêncio ficou contente em saber que não precisariam instalar uma bomba para trazer a água. A gravidade a traria até um ponto de onde seria distribuida para as diversas finalidades. Serviria inclusive para manter os bebedouros nos estábulos e mangueiras sempre abastecidos de água limpa e fresca. Os animais eventualmente confinados ali não seriam submetidos à sede por ficarem ali algumas horas. É sabido que a fome é menos difícile de suportar que a sede.
Os alevinos haviam sido encomendados e teriam que fazer o pagamento na semana seguinte. Bastava ir até a agência do Banco do Brasil e fazer uma ordem de pagamento via telefone. Em no máximo meia hora o dinheiro estaria na conta do favorecido. Depois, uma simples ligação telefônica, confirmaria o envio do pedido. Em no máximo trinta e seis horas depois do despacho eles estariam chegando ao destino.
Seu Francisco faria o repasse de sua parte na segunda feira, ou mais tardar terça. O domingo seguinte teria outro feriado antes. O dia 15 de novembro, comemoração da proclamação da República. Gaudêncio combinou com os peões e trabalhadores do setor rizícola projetar naquele sábado a tarde os filmes que fizera da feira, bem como os anteriores por ocasião dos jogos do Internacional e Grêmio que ainda não tivera tempo de mostrar. Encomendara algumas caixas de cerveja e mandara por para gelar, além de uma carne para ser assada e degustada durante o evento. Todos trabalhavam dedicadamente e mereciam receber um agrado vez ou outra.
Joaquim chegou na véspera do feriado trazendo algumas informações interessantes. Conversara com o contador que fizera um levantamento superficial. Pelas contas havia entre os trabalhadores da fazenda meia dúzia que atingiria a idade e o tempo de contribuição para se aposentarem no ano seguinte. Se quisessem continuar trabalhando, não haveria problema. Em caso de doença ou qualquer outra dificuldade, poderiam se aposentar e viver sem problemas dali por diante. Entre eles não havia quem quisesse se aposentar, iriam trabalhar enquanto o corpo permitisse. Só mesmo doentes, optariam por algo assim.
 Durante a projeção dos filmes, a parte mais divertida foi quando passavam as cenas dos jogos. No primeiro, os torcedores colorados, entre eles Gaudêncio, vibravam com cada lance mais agudo do time do coração. Já os gremistas torciam pelos atacantes do Flamengo e roiam as unhas a cada lance perdido pelos atacantes, desarmados pelos zagueiros. Quando ocorreu a inversão e começou a partida entre Grêmio e Nacional de Montevidéu. Agora o que se via eram os de camisas azul listradas de preto e branco que ficavam crispados com os lances de ataque do adversário, e gritavam em apoio aos lances do time de azul. Depois foi apresentada a filmagem feita do movimento na feira. Não havia uma imagens de todos os eventos, mas os stands mais importantes estavam todos ali. O show de adestramento de cavalos, montaria de touros, alguns desfiles de animais de raça, inclusive os reprodutores que estavam para chegar na fazenda.
Era possível ouvir exclamações de admiração vindas de todos os lados diante da visão dos novos equipamentos, cada ano mais modernoss, maiores e eficientes. Os fabricantes se esmeravam em acompanhar todos os passos tecnológicos que surgiam a cada ano. Quem não fizesse esse acompanhamento, ficava relegado a segundo plano na hora de vender seus produtos. A concorrência não perdoava.
Depois dos filmes a carne estava assada, foi servida com acompanhamento de pão e cerveja. Todos comeram com gosto e beberam moderadamente. Isso mesmo por que o patrão não exagerava nesse quesito. Não havia interessi algum em eventuais desentendimentos sob efeito do álcool, algo sempre possível de acontecer. Os efeitos do álcool bloqueavam o auto-controle e uma palavra dita na hora errada, podia causar um quebra páu. Além dos problemas imediatos, restariam desavenças posteriors a ser contornadas. Era preferível evitar essas situações desagradáveis.
O domingo seria de jogos pelo Campeonato regional de futebol e alguns dos mais jovens faziam parte de um time integrante da liga municipal. Habitualmente um bom número de peões e trabalhadores aproveitava a folga domingueira para assistir a esses jogos. Quando acontecia de a partida ser realizada em local próximo principalmente. Era o caso dessa vez. O mais inflamado torcedor do time estava fazendo a lista dos interessados em transporte para o local do jogo. Iriam em um ônibus habitualmente usado no transporte de alunos para a cidade no período noturno. O dono, visando ganhar algum dinheiro extra, fazia esse transporte por preço módico. Unia o útil ao agradável sendo ele mesmo torcedor.

 

O churrasco terminou quando já havia passado da hora do jantar. Desse modo todos chegaram em suas casas sem vontade de comer mais nada, no máximo tomar uma xícara de café antes de ir dormir. Queriam descansar dos trabalhos da semana e estar descansados para torcer no domingo. 

Vai uma costela bem assada aí?
Costelas sendo assadas.

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