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Um japonês especialista em cachaça – Capítulo XVI

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José Sarney, presidente da república de 1986/1990. http://agenciabrasil.ebc.com.br/ultimasfotos?
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Ministro Bresser Pereira, arquiteto do plano econômico que leva seu nome, destinado a salvar o fracassado plano cruzado.

 

  1. Planos econômicos, nasce a filha.

 

Os primeiros meses do Plano Cruzado, lançado em 27 de fevereiro daquele ano, foram de muita euforia, confiança e esperança. Em todas as grandes cidades principalmente, formaram-se grupos de senhoras entituladas “Fiscais do Sarney”. Percorriam em grupos, especialmente os supermercados e outros estabelecimentos, conferindo se os preços dos produtos estavam sendo mantidos nos valores da semana ou dias anteriores. Num primeiro momento essa estratégia funcionou, mas a grande maioria dos comerciantes foi à loucura. Os fornecedores começavam a cobrar ágio para entregar os produtos. Impossibilitados de repassar esse custo aos consumidores, não tardou para que seus estoques ficassem defasados, começando a faltar produtos.

As entregas eram feitas, dentro dos preços tabelados, até um determinado limite. Para obter mais, era necessário pagar a “caixinha”. Alguns optaram por criar um departamento paralelo, onde vendiam a quem se dispunha a pagar um preço mais alto, contanto que recebessem a mercadoria. Enquanto isso as gondolas e prateleiras começaram a ficar vazias, defasadas. Alguns produtos simplesmente sumiram, enquanto outros estavam em quantidades limitadas. Eram estabelecidas cotas por freguês. Em pouco tempo, a emissão desenfreada de papel moeda, trazendo como consequência a desvalorização da moeda nacional frente ao poderoso Dollar, geraram uma preferência pela exportação, onde o lucro era elevado. O mercado interno ficou desabastecido de leite, carne e outros produtos.

Houve episódios tentando implanter um “confisco” de bois gordos no pasto. Os produtores os mantinham a espera de preço mais vantajoso. Ocorreram algumas compras “compulsórias” que depois geraram processos judiciais. No final, estabeleceu-se um comércio com características de paralelo. Os estoques reguladores do governo de carne, eram liberados para venda a preços tabelados. Isso gerou filas enormes nos estabelecimentos que anunciavam o recebimento dessa carne. Lembro de ficar por mais de seis horas na fila, na loja do Supermercado Pão de Açúcar, hoje Extra, na Av. Presidente Kennery, em Curitiba. O objetivo era comprar um pedaço de costela para fazer um churrasco em comemoração do aniversário de meu cunhado. Ao chegar minha vez, não tive tempo sequer de olhar, se a carne era adequada, para a finalidade. Era pegar ou largar. Não foi um churrasco dos melhores, posso garantir.

Outro produto que faltou, foi leite. Nos meses de inverno quando o nível de produção habitualmente cai, ficou racionado. O tal leite de caixinha UHT ainda não existia. Era tudo o tal “barriga mole”. Havia os tipos A, B e C. O tipo C era o mais vendido e levantei de madrugada algumas vezes para ir enfrentar a fila no Supermercado Musamar aqui perto de casa. Depois, levando os dois litros conseguidos, corria até o outro Supermercado Gasparin. Com sorte, ali conseguia mais dois litros. Levava para casa e ia trabalhar. Essa situação se explica pelo fato de ter três crianças pequenas e não poder ir todos os dias enfrentar a fila. Esse problema se estendeu pelo ano de 1987 praticamente inteiro.

Depois dessa digressão, voltemos ao nosso amigo Manoel, que tinha, nesse context um estabelecimento comercial para administrar. Nos começo era tudo uma maravilha. Aos poucos porém, os produtores, comerciantes, enfim a massa produtora e distribuidora, forçou a barra abrindo brechas no arcabouço do plano aparentemente bem arquitetado. A inflação ressurgiu com mais furia e logo foi preciso recorrer ás aplicações

financeiras como o “ower night” e outras para manter o poder aquisitovo dos recursos em caixa. Não havia vantagem em pagar contas adiantado, pois o dinheiro aplicado até a data do vencimento era mais vantajoso.

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Calculadora, instrumento constante nas mãos dos gerentes de valores econômicos nos anos1986/90

 

Diante dessa circunstância Manoel, lembrou a experiência adquirida anos antes com as aplicações na bolsa de valores. Bastou atualizar suas informações e logo tinha em mãos um esquema para, se não ganhar dinheiro, ao menos conservar o poder aquisitivo daquele que conseguia angariar. Os refrigerantes, a cerveja, as demais bebidas, além dos insumos para cozinha, subiam de preço diariamente. Era preciso gastar horas percorrendo os depósitos do mercado municipal, Ceasa e outros independents, a busca de alguma oferta. Não era vantagem elevar os preços das refeições, pois o povo estava ficando com as finanças cada vez mais comprimidas. A quem lhe pedia orientações, Manoel explicava como fazia para se manter à tona, no mar revolt da economia nacional do momento.

Para quem não estava acostumado com esse meio, poderia ser um campo de armadilhas, levando à perda de dinheiro, em lugar de trazer ganhos. Em diversar ocasiões passaram longo tempo trocando ideias ele e Toshyro. O casal vinha com relative frequência ver os afilhados. Era para eles uma honra fazerem parte do círculo mais íntimo da vida dos compadres. Nessas ocasiões os dois conversavam sobre os rumos que a economia estava tomando. Enquanto isso as mulheres conversavam sobre amenidades, cuidavam das crianças, cada vez mais viçosas.

O descontrole dos gastos governamentais, congelamento de preços e câmbio por um ano, sem flexibilidade para questões de sazonalidade, foram os fatores que fizeram o Plano Cruzado naufragar. Já ao final de 1986, antes das eleições para deputados, senadores e governadores, a situação estava caótica. Visando obtenção de maioria parlamentar, o PMDB, partido de José Sarney, pressionou pela manutenção das regras, até passar o pleito. Conquistada ampla maioria, que iria se encarregar da Assembléia Nacional Constituinte, a situação explodiu, chegando às raias da revolução popular. A inflação retornou com vigor, o câmbio congelado fizera um estrago imenso nas reservas cambiais do país, tudo culminou com a troca do ministro da fazenda por Bresser Pereira. Novo plano foi editado, com algumas mudanças, mas insuficientes para por a economia no caminho da estabilidade. Em Janeiro de 1988 Bresser Pereira demitiu-se, assumindo no seu lugar Mailson da Nóbrega.

Enquanto a nova constituição era discutida e finalmente aprovada ao final do ano, a economia alcançava níveis estratosféricos de inflação. Em janeiro de 1989, Mailson da Nóbrega orquestrou novo plano, denominado Plano Verão. Todos esses planos pecavam por não atacar as verdadeiras causas da inflação, isto é, os gastos públicos descontrolados. Em poucos meses o deficit público atingia níveis alarmantes com relação ao PIB. Alterações nas formas de remuneração das cadernetas de poupança geraram perdas enormes aos poupadores, vindo posteriormente a serem questionadas na justiça e o governo obrigado a arcar com os custos dessas correções injustas na visão dos juízes.

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Cédula de cinquenta cruzados novos, nova reforma econômica no Brasil.

 

Em meio a esse ambiente conturbado, Manoel conseguiu a custo manter um certo equilíbrio em suas contas, não sem passar noites mal dormidas, horas preciosas de sono consumidas em planejar seus investimentos para não sair perdendo. Enquanto isso os meninos cresciam e ele cada dia ficava mais consciente da importância de construir um patrimônio suficientemente sólido para garantir o futuro da prole. Em 1989, próximo da eleição que conduziria Fernando Collor de Melo à presidência, Eduarda sentiu novamente os sintomas de gravidez. Não perdeu tempo e consultou o médico para saber se estava tudo em ordem. Ainda estava bem no começo e em alguns dias poderia fazer os testes e confirmar se realmente estava grávida ou se era apenas algum sintoma fortuito.

As semanas passaram e cada vez mais ela ficava certa de não se enganar. Era de hábito muito regulada no seu ciclo menstrual, de modo que, um atraso poderia ser logo visto como uma gestação em início, quase que com certeza. No começo de fevereiro, os exames confirmaram o que seus pressentimentos e sensações haviam informado logo no começo de janeiro. O nascimento deveria ocorrer no começo de outubro, pouco antes das eleições presidenciais. A movimentação política já começava a agitar os meios de comunicação, por toda parte encontros, debates, convenções e acordos eram celebrados. Aquela eleição prometia trazer à primeira linha figuras até ali um pouco obscuras do cenário politico.

Com alguns percalços, Manoel mantivera o leme de sua economia familiar e pessoal, na direção firme. Sofrera alguns pequenos reveses, coisa alias próprio de quem se envolve no mercado financeiro. No balanço final, saira lucrando. Durante os anos que labutava no seu estabelecimento, conseguira adquirir alguns imóveis que estavam alugados, gerando uma renda extra. Assim conseguia manter sempre um bom nível de vida à família, apesar de em determinados momentos os negócios não estarem produzindo os resultados que obtivera em outros tempos. Nesse rítmo, com o plano Verão, com o surgimento do Cruzado Novo, novos congelamentos e outras medidas, chegou o começo de outubro.

Os exames de ultrassom haviam mostrado tratar-se dessa vez de uma menina e o pai estava eufórico. Não importava ser apenas uma, apesar de no começo ter feito torcida para serem duas. Não poderia reclamar, pois a natureza os agraciara com um par de meninos, que nessa época estavam com pouco mais de três anos de idade. Frequentavam uma escola infantile, onde passavam algumas horas do dia, socializando-se na convivência com outras crianças, desenvolvendo habilidades manuais e fonoaudiológicas. Dessa vez Eduarda não ficara tão grande, mas engordara um pouco mais. Isso levara o médido a temer pelo desenvolvimento de alguma moléstia própria nessas circunstâncias.

Um dia antes do prazo estimado, teve início o processo que culminaria com o nascimento de Isaura Francisca. Uma menina de mais de 3,0 kg, forte e saudável. Os irmãos, já cientes da vinda de uma irmã, estavam ansiosos pelo nascimento. Na hora da ida para a maternidade, eles estavam na escolinha. Ao saírem, não viram a mãe que costumava ir buscá-los na porta. Imediatamente indagaram o que acontecera com a mãe e a tia maternal, lhes explicou que a mamãe for a para o hospital. A irmã tão aguardaded, em algumas horas estaria em seus braços. Se fosse pela vontade dos dois teriam saído dali para ir ao hospital. Achavam que poderiam estar junto da mãe no momento do nascimento.

Foi preciso ser convincente para faze-los entender que isso seria impossível. Tão logo tudo estivesse em ordem, eles seriam levados para ver a mãe e a irmã. O processo do parto se arrastou por algumas horas até próximo da meia noite, do dia 10 de outubro. Os meninos, cansados de esperar, haviam ido dormir. A primeira vez em muito tempo que o faziam sem receber antes um beijo da mãe ou ao menos do pai. Por fim João Antônio falou:

– Não é todo dia que nasce uma irmã da gente, né!

– Melhor nós dormirmos para amanhã ir ver nossa mãe e a irmã que está nascendo.

Deitaram, disseram boa noite à avó que estava com eles, pediram-lhe a benção e dormiram. Mal raiara o dia e estavam os dois em pé, perturbando todo mundo sobre a ida ao hospital. Foram informados que estava tudo bem, a mãe e a irmã esstavam com boa saúde. Em pouco tempo poderiam ir até lá ver as duas. Elas também estavam com saudades cos dois. Eram agora uma família com mais uma integrante. A forma de educação adotada por Eduarda e Manoel, os colocara a par das diferenças entre os sexos e eles ansiavam por ver como seria uma menina recem nascida. Cada um tinha um mimo para dar à irmã, escolhido entre os brinquedos que eles haviam usado quando ainda bem pequenos.

A avó lhes avisou que a pequena ainda não saberia apreciar a diferença entre esses brinquedos. Essa fase inicial era muito mais de contato visual, sonoro e tato. O carinho no rosto, na face em especial, tinha uma força ponderosa de estabelecer relacionamentos com os pequenos e lhes contava como havia sido o próprio comportamento deles não havia tanto tempo. O pai havia ficado na maternidade e chegou pela manhã, sendo logo cercado pelos meninos. Precisou descrever para eles como era a pequena, como estava a mãe, se tudo tinha saido bem, se a mamãe não sofrera.

– Devagar, meus pequenos. Vamos responder uma pergunta de cada vez.

E começou a relatar os detalhes possíveis do nascimento. O tamanho, indicado com as mãos, os cabelos, a cor dos olhos e outros detalhes.

– Eu quero ver ela sem roupa, – disse José Francisco.

– Por que isso, menino?

– Eu quero ver se é diferente mesmo da gente. O papai tem piu-piu que nem a gente e a mamãe tem periquita. Quero ver como é a periquita da minha irmã.

– Isso é coisa que se diga, – falou a avó.

– Eles sabem a diferença entre um homem e uma mulher. Natural querer ver e comprovar a diferença.

A velha senhora saiu e foi cuidar do café da manhã para todos. Nos seus tempos de criança, mesmo quando tivera seus filhos, essas coisas eram diferentes. Hoje estava tudo mudado. As crianças parece que já nascem sabendo das coisas. Também, a televisão falando de tudo e mais um pouco. Era nisso que dava. Tinha suas dúvidas sobre a validade desses procedimentos. Mas, como quem educa os filhos são os pais, eles deveriam saber o que estavam fazendo. A familia tomou café e dali a pouco os dois estavam perturbando o pai para leva-los a ver a irmã. Não restou alternative. Às 10 h estavam na maternidade e recebiam um abraço e um beijo da mãe. Parecia que ela estivera longe por uma longa temporada, não apenas algumas horas.

Não demorou e a pequena Isaura Francisca chegou, trazida por uma enfermeira. Estava no berçário e vinha para mamar, coisa que já começara aprender. Ainda se afogava um pouco, pois a mãe era farta em alimento para a filha. Poderia tranquilamente amamentar mais uma criança. A médica sugerira que usasse um coletor e fizesse a doação do excedente para o banco de leite. Havia sempre uma porção de crianças, filhas de mães com problemas de produção de leite, precisando do precioso alimento para terem um desenvolvimento mais saudável. Bastaria coletar, guardar na geladeira e de dois em dois dias seria feita a coleta.

– Não vai faltar leite para a nossa menina? – quis saber Manoel.

– Meu querido! Ela mama de transbordar e sobra uma quantidade enorme de leite. Se eu não tirar, vou acabar tendo problemas e até corro o risco de secar antes do tempo.

– Deus me livre, querida. Se é assim, vamos doar sim esse leite que sobra.

Os dois pares de olhos curiosos acompanhavam esse diálogo. Queriam saber o que significava aquilo. A mãe iria dar leite para outros bebês? Havia leite de gente em supermercados para comprar?

– Não meus meninos, – falou Eduarda carinhosa. – Mamãe tem leite demais e a Isaura não consegue mamar tudo. Existem crianças que as mães não tem leite, ou tem pouco e precisam de leite. Então a mãe vai ajudar essas crianças. Vocês não acham que devemos ajudar quem precisa?

– Sim mãe. Pode dar o leite que nossa irmã não precisar.

– Estou gostando de ver. Meus dois hominhos estão aprendendo desde pequenos a ser generosos.

– Se não fizesse a doação mãe, teria que jogar fora?

– Iria vasar no começo, molhando a roupa da mamãe. Olhem aqui.

E mostrou a roupa que cobria os seios, de onde a pequena já se fartara e agora dormia placidamente ao lado da mãe. As roupas estavam ficando molhadas do leite que sobrara.

– Meu bem, chame a enfermeira para vir coletar o leite. Está escorrendo e molhando minha camisole.

Manoel saiu e dois minutos depois uma enfermeira munida dos instrumentos apropriados veio coletar a sobra de leite. Colheu quase meio litro. Segundo ela isso daria para alimentar com sobra até três crianças.

– Estão vendo, meus filhos. Três criancinhas vão ter leite para tomar com o que iria escorrer aqui, sujando a roupa da mamãe.

Manoel, sentado em uma poltrona, havia tomado a menina do colo e logo os irmãos estavam ali olhando embevecidos para o pequeno rosto. Até ontem ela estava na barriga da mãe e agora estava ali, no colo do pai. Em alguns meses poderiam brincar com ela, quando aprendesse a sentar-se, mover os braços e pernas. Nesse momento entrou o médico responsável e, vendo a família reunida, falou:

– Que família mais linda, vocês formam. Parece que foi ontem quando nasceram esses dois e olha o tamanho que já tem. Hoje temos mais uma menina, que pelo jeito vai ser também um mulherão.

Pos-se a verificar o estado de Eduarda, constatando estar tudo na mais perfeita ordem. Dessa forma, naquela tarde daria alta para a paciente. Era adepto da teoria de que, quanto menos tempo no hospital, melhor para a mãe e a filha. O ambiente hospitalar era o menos adequado para a permanência por muito tempo. A pequena tinha tamanho e peso além do habitual, sendo perfeitamente capaz de sobreviver em casa em melhores condições, no ambiente familiar, do que no recinto hospitalar. Mandaria apenas fazer alguns exames rotineiros para certificar-se de que tudo estava mesmo bem. Depois disso assinaria a guia de alta hospitalar.

Com isso os meninos ficaram alegres. Levariam a mãe junto com eles para casa. Pensavam que permaneceriam ali até a hora da mãe ir junto. Manoel teve que usar de firmeza para convencer os dois a acompanhá-lo para casa. Teriam que ir para a escolinha e contar aos amiguinhos a novidade. Haviam antes anunciado que iriam ter uma irmã. Agora era hora de anunciar a chegada da mesma. Dessa forma chegaram por volta das 11h e a empregada os colocou para tomarem banho. Depois os ajudou a se vestirem e almoçar. Na hora certa Manoel os levou para a escola. Desceram do carro e correram a contar às mulheres que da portaria, as responsáveis pelo controle do patio e depois as tias, nome dado às professoras. As palavras não saíam com a velodicade suficiente para contar a novidade.

Ao ver os filhos em segurança no recinto da escola, Manoel voltou para casa. Teria algumas providência a tomar, antes de ir para a maternidade buscar a esposa e a filha. Por toda parte, diante de sua pressa, indagavam o que estava acontecendo, ele rapidamente dava a notícia e recebia as congratulações. Muito antes do tempo habitual estava pronto para ir ao hospital. Antes de sair, ligou para lá indagando se a alta estava liberada, sendo informado que estava tudo em ordem. Poderia ir até lá para pegar seus familiares. A sogra quis acompanhar, pois saberia melhor o que fazer para ajudar a filha no momento de sair do hospital.

Às 16h eles estavam saindo da maternidade, rumando depois para casa. Ali um berço todo em cor de rosa, um enxoval especial, aguardava a pequena Isaura. Ela ainda estava dormindo, depois de mamar abundantemente pouco antes de deixar o hospital. A avó a acomodou delicadamente no berço, onde ela dormiu pela primeira vez. Parecia uma pequena flor, no meio de tantas fitas e laços coloridos. Depois de acomodar a família em casa, Manoel saiu novamente para dessa vez buscar os filhos. Deveriam estar ansiosos por chegar em casa. Sabiam que, era quase certo encontrarem ali a mãe, com sua irmã. Foi preciso insister para que não entrassem correndo, fazendo gritaria ao chegar em casa. Poderiam assustar a criança e assim provocar um mal estar, impedindo-a de dormir depois.

As crianças em seus primeiros meses de vida passam mais tempo dormindo do que acordadas. Comparam-se aos gatos, que dormem cerca de 18 horas diárias, ficando acordados por mais ou menos 6 horas. Depois é que ocorre a diferenciação. Com o passar dos anos, os seres humanos começam a dormir menos horas diárias, ficando mais tempo acordados. Eles chegaram e entraram silenciosamente. Chegavam a pisar com cuidado e logo viram a mãe sentada com a pequena no colo. Ela estava acordada. O sono no berço for a curto. Provavelmente os ruidos da casa haviam influido nesse resultado.

Décio Adams

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