O filho da empregada!
de Marcelo Labes
Tendo como cenário a vida de empregadas domésticas, em todos os recantos da América do Sul, em especial, Marcelo Labes consegue colocar em um pequeno opúsculo (48 páginas), toda angústia, sofrimento, humilhação e dor suportado pelas inúmeras empregadas domésticas que sempre existiram. Dono de um texto vigoroso, que eu classificaria como “prosa poética”, malgrado minha falta de especialização no assunto, Marcelo conseguiu sintetizar, condensar nestas poucas páginas, tantas coisas, como eu jamais saberia fazer. Não que não houvesse espaço talvez, para inserir outras partes narrativas. Mas o propósito parece ter sido exatamente esse: Retratar a vida de privações, humilhações, angústias, dor e sofrimento suportado por um imenso contingente de empregadas, desde meninas até a idade adulta.
Não se pode dizer que alcançassem a longevidade, pois o corpo maltratado desde a idade adolescente, por jornadas de trabalho cansativas e prolongadas além do justo ou recomendado, sucumbe em um sem número de mazelas, dores, reumatismos e outros males. Cedo lhes leva o viço da juventude, muitas vezes, quando os filhos ainda necessitariam de sua presença para lhes completar a completa formação e educação.
Quero parabenizar o escritor pela sua capacidade de concisão, riqueza de detalhes que consegue colocar em tão pouco espaço. Sou forçado a estar atento, pois, do contrário corro o risco de tornar este comentário tão ou mais longo do que a própria obra comentada. Por essa razão, vou encerrar aqui e recomendar a quem tiver acesso a esse pequeno livro O filho da empregada, de Marcelo Labes, leia-o e veja com os próprios olhos que ele vale cada centavo que porventura pagar por ele.
Curitiba, 14 de dezembro de 2016.
Décio Adams
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